quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

COMUNICAÇÃO

Como mamíferos evoluídos criámos um elaborado código de comunicação. Aprimorámo-lo, abandonando os gestos, o olhar, a aparente imprecisão da comunicação não-verbal.

Estamos cada vez mais ausentes da própria comunicação, mas o que dizemos (escrevemos) pode alcançar o mundo. Paradoxalmente, o que é veiculado, é sobretudo a estupidez humana.

O pijama

A perna do teu pijama às riscas espreitou por baixo da tua almofada. Perdida, enrodilhada, trouxe-me a saudade da tua presença. E o conforto do teu regresso.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

INSEGURANÇA

Sentir-se inseguro pode ser devastador.

Alguns nunca desabrocham, não chegam a mostrar ao mundo toda a maravilha que lhes habita a alma.

Outros há, que gastam a vida a amargurar quem os rodeia, minados pelo medo de poderem ser ultrapassados.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

domingo, 19 de janeiro de 2014

Poemas com rima – O (des)governo da Ciência em Portugal

Onde já se viu a ciência
Dar de comer a alguém
Por isso tenham paciência
Que o estado não tem vintém.

Fiquem mas é caladinhos
Acabou-se o privilégio
Não se armem em coitadinhos
Que isso até é sacrilégio.

E se querem mesmo assim
Brincar à investigação
Não chateiem, e sem chinfrim
Desandem no primeiro avião.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

CONTRADIÇÕES

Poderá a ausência realizar mais do que a presença? Será o fim não mais de que um novo princípio?

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Meias e calças

Ainda sou do tempo em que as meias eram meias e as calças eram calças (apesar de haver meias chamadas meias-calças).

As meias combinavam com os vestidos e as saias, as calças com as túnicas, camisolões, e não havias misturas.

Hoje, há toda uma panóplia de combinações, que tornou difícil estabelecer fronteiras indumentárias.

Na moda, como em tudo o resto, o que impera são as misturas e a liberdade.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

SAUDADE-II

Há momentos em que a saudade se agarra a pequenas coisas. E em que caminho tão devagar como a melancolia.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Poemas com rima - Se a Mia falasse

Se a Mia falasse
O que é que diria
A quem lhe agradasse
Um alegre bom dia.

A quem cá entrasse
Logo indagaria
Que lhe mostrasse
O que lhe trazia.

Mesmo sem falar
Faz-se entender
Comida, mimos ou arejar
Sabe bem dizer.


sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

O tempo - II

Relógios sem ponteiros, onde os minutos já não se penduram. Fotografias sem papel, onde os anos já não podem causar estragos. Conversas, onde as horas já não têm rostos.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Poemas com rima - GRIPE

Afinal não era a tristeza
Que me fazia arrastar
Eram vírus, com certeza
Que se faziam anunciar.

O nariz está entupido
A cabeça a latejar
E se antes estava frio
Agora estou a assar.

Cada músculo, uma dor
Não consigo movimentar
Abandono-me ao torpor
Nem sinto o tempo passar.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

ACORDAR - II

É mais uma manhã de coisas que não entendo. A consciência hesita, quer regressar ao sono. Onde a realidade não se faz difícil.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

CASACOS

Nesta manhã de dilúvio, são um acessório indispensável.

Os mais corajosos trazem-nos curtos. Impermeáveis só na parte protegida, pingam copiosamente a chuva nas calças e nos sapatos.

Outros são soturnos, corte direito, tão rígidos como os seus habitantes.

Alguns têm de ser despidos, fruto do calor do Metro.

O meu, quase um escafandro, qual arca de Noé portátil. 


sábado, 4 de janeiro de 2014

FOGO

Dançam as labaredas. No embalo quente que me oferecem, não há outro olhar.






quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

NEBLINA

A manhã acordou com frio.

O hálito quente do seu longo bocejo derramou um tapete de névoa sobre a placidez da barragem.





quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Ano Novo

Era um ano novo, mas na verdade sentia-se um pouco velho.

Os ouvidos ainda latejavam com as queixas do seu predecessor. Ser mensagem de esperança, no cenário delineado, não ia ser nada fácil.

Decidiu dormir um pouco, enquanto durassem os festejos.