segunda-feira, 31 de março de 2014

INSÓNIA - II

Perturbam-me o sono as ideias que não conseguem encontrar palavras.

Depois, na manhã que desponta, brotam textos, indiferentes à minha insónia.

domingo, 30 de março de 2014

Aldeias de Xisto – Talasnal

A aldeia impõe-se numa serra a perder de vista. No deserto de gente, três gatos deambulam. Reina um silêncio onde o frio, e o silvo do vento, desnudam o agreste dos dias, no pitoresco da aldeia abandonada.







sexta-feira, 28 de março de 2014

Casa fechada

O cadeado no portão protege a casa fechada.

Que palavras, gastas ao sabor dos dias, ecoaram naquelas paredes? Que rostos, histórias desaparecidas, brincadeiras de crianças, foram eternamente remetidos ao silêncio?


quinta-feira, 20 de março de 2014

RECORDAÇÕES - II

Esta casa recorda-me a infância. Como se os pedacinhos de madeira com papel pintado, dispostos em variadas construções, tivessem crescido comigo. Se fossem várias casas, encontrar-me-ia nas cidades que há tanto tempo imaginei.

Esta casa evoca-me um tempo que, sendo meu, já não me pertence.


                           

terça-feira, 18 de março de 2014

SILÊNCIO - III

É um pouco triste comer em silêncio, mas é menos triste quando se sabe que não tem de ser assim. Percebo, que para apagar este silêncio, onde cada ruído amplifica a ausência, alguns acendam a televisão. Assim, já não se ouvem pensar. Assim, entra todo um mundo na casa vazia.

sábado, 15 de março de 2014

IRMÃO

Dá-lhe a mão. E o seu mundo pequenino é agora grande. E nele cabem os mistérios que ainda não domina, os medos que ainda o perseguem, e a certeza de que, na sua mão, descansa a essência da vida.

segunda-feira, 10 de março de 2014

sábado, 8 de março de 2014

DEVANEIO

Competindo com a troca de ideias que atravessa a sisudez da sala, na varanda as gaivotas cavaqueiam. Sob a luz do entardecer, brilha a envergadura das asas, nos contornos da liberdade. São elas as donas da varanda.

Talvez porque não nos terem conseguido perturbar com os seus gritos, foram-se embora. E, de repente, apetecia-me voar com elas.

quinta-feira, 6 de março de 2014

O Sol

O sol invade-me a alma. Energia renovada a cada inspiração. Tudo adquire novas tonalidades e as dificuldades são vistas com outra luz.

quarta-feira, 5 de março de 2014

O tempo - III

Num manifesto apoio à emigração o S. Pedro presenteia-nos com abundância de chuva. Com vento e granizo à mistura. Qualquer coisa de semelhante ao que costumam ter os nossos amigos da Europa Central, Inglaterra, etc., para que nem o agradável clima português nos deixe saudades.

A comida, outro apanágio da nostalgia, pode ser confeccionada. Os típicos ingredientes lusos também viajam pelo mundo.

Resta a família, as nossas raízes. Isso sim, dificulta a saída.

terça-feira, 4 de março de 2014

OLHAR

Um olhar sobre outro olhar. O espanto. Paradas no tempo são as formas e os sonhos. Desejos. Ternura. E o que de ti permanece.

















Esculturas / Pratos de Dario Boaventura