Resistem
as últimas folhas, num fulgurante vermelho, à espera de um abandono de vento.
Quase nua, mantém a imponência, conquistando a luz.
terça-feira, 29 de novembro de 2016
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
ESTRANHEZA - III
Entranhado das ruas
onde já não passava, estranhava as ruas que lhe deslizavam os pés.
De nada adiantaria
o regresso porque agora os pés eram de lugar nenhum.sexta-feira, 18 de novembro de 2016
SILÊNCIO - IV
Aprender
o silêncio até que ele se entranhe. Até que as palavras, desnecessárias,
abandonem a voz. Enredadas no pensamento, habituadas à liberdade da pronúncia
despropositada, tentarão sair: água nos olhos, traições da face, impaciência
dos gestos. Aceitarão a aridez do papel. Até que se aceitem inúteis e se deixem
embalar na clareza do pensamento.
terça-feira, 15 de novembro de 2016
OUTONO-VIII
Por
mais que eu conheça o teu rumor de folhas caídas, o nevoeiro entranhado na
cidade, a noite precoce no decréscimo dos dias, haverá sempre o encantamento
das cores com que desnudas as árvores, e uma surpresa na luz com que apagas os
dias.
sábado, 12 de novembro de 2016
DESPEDIDA- VIII
quinta-feira, 10 de novembro de 2016
segunda-feira, 7 de novembro de 2016
CORAÇÃO-II
Foi
à loja para trocar o coração. Por um que sentisse menos. Que não estivesse ao
pé da boca. Ou, melhor ainda, um longe dos olhos abandonados à água. Afinal,
trocava-se tanta coisa!
Disseram-lhe
que os transplantes eram assunto sério: artérias entupidas, enfartes, coisas do
género. Que voltasse nessa altura.domingo, 6 de novembro de 2016
PERSPECTIVA
Não
chegaste aqui para teres uma única perspectiva do mundo. Para isso, seria mais
fácil teres nascido noutro sítio.
Em
tudo há uma união, um sentido, que te cabe descobrir. E nessa fusão de
realidades compreenderás as diferenças.
terça-feira, 1 de novembro de 2016
OUTONO-VII
Estas
folhas ainda são bonitas. Caíram. Mas a luz que as recebe, num subtil movimento,
preserva a harmonia da essência.
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