sexta-feira, 29 de novembro de 2013

INFLAMAÇÃO

Vivemos rodeados de microrganismos, com um pacto de não-agressão benéfico para ambas as partes. Se as fronteiras forem respeitadas, tudo funciona.

Aparentemente esta é a receita para o sucesso, mas a nossa extrema desconfiança, o nosso medo de perder o controlo, levou-nos à posse de um poderoso arsenal de guerra. Para o que der e vier.

Assim, qualquer intromissão para além do aceitável, é vista como uma ameaça terrível, e a ela reagimos com a vasta panóplia dos mecanismos de defesa. Um intrincado processo chamado inflamação.

Mais do que com a ameaça, padecemos com a cura. As armas de destruição maciça deixam-nos num estado lastimável, obrigando-nos a recorrer a vários fármacos.

Apesar dos efeitos colaterais, este mecanismo de sobrevivência trouxe-nos até aqui. Se calhar por isso o repetimos, à escala global, como espécie, parafraseando o conhecido adágio – a melhor defesa é o ataque. E não olhamos a consequências.

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