Vivemos
rodeados de microrganismos, com um pacto de não-agressão benéfico para ambas as
partes. Se as fronteiras forem respeitadas, tudo funciona.
Aparentemente
esta é a receita para o sucesso, mas a nossa extrema desconfiança, o nosso medo
de perder o controlo, levou-nos à posse de um poderoso arsenal de guerra. Para
o que der e vier.
Assim,
qualquer intromissão para além do aceitável, é vista como uma ameaça terrível,
e a ela reagimos com a vasta panóplia dos mecanismos de defesa. Um intrincado
processo chamado inflamação.
Mais
do que com a ameaça, padecemos com a cura. As armas de destruição maciça
deixam-nos num estado lastimável, obrigando-nos a recorrer a vários fármacos.
Apesar
dos efeitos colaterais, este mecanismo de sobrevivência trouxe-nos até aqui. Se
calhar por isso o repetimos, à escala global, como espécie, parafraseando o
conhecido adágio – a melhor defesa é o ataque. E não olhamos a consequências.
Sem comentários:
Enviar um comentário