A corrente, construção de elos semelhantes, era
resistente: não havia elo mais fraco.
domingo, 31 de maio de 2015
sábado, 30 de maio de 2015
EQUILÍBRIO - II
Treinámos o corpo na postura, desafiamo-lo quando
tentamos fechar os olhos. Nas oscilações que se produzem, ao sabor de um
qualquer vento interior, procuramos o equilíbrio da mente.
quarta-feira, 27 de maio de 2015
CATAVENTO
Vira o vento
Vira o vento
Assim vira o
catavento
Apenas vive o
momento
Entregue à feição
do vento
Para ele não há
lamento.terça-feira, 26 de maio de 2015
TEMPO - II
Brincou o tempo com o corpo. Espalhou sulcos, abriu
fendas, roubou à pele a côr, devolveu-lhe manchas. Aos poucos, como quem puxa
um tapete, subtraiu-lhe a autonomia: óculos aqui, dor acolá, insónias que se
demoram. Mas a alma: não. Essa, dom ou maldição, não envelhece.
domingo, 24 de maio de 2015
FACA
Foi. Preparou-se cuidadosamente para o encontro. Levou a
faca. Adoraram-na. Afinal não era um ambiente de cortar à faca.
sábado, 23 de maio de 2015
LÁPIS
Adoro o lápis. Pela volatilidade do seu traço. Pelas linhas
tão certeiras cuja perpetuidade desaparece com uma simples borracha.
sexta-feira, 22 de maio de 2015
Dor no joelho
Demoro o dobro do tempo para descer as escadas, o que
significa o dobro do tempo para pensar na vida.
quinta-feira, 21 de maio de 2015
Boneca de trapos
Não diz mamã, não carece de chupeta. Não se parece com
um recém-nascido ou com uma top model. Por isso, no seu rosto e vestes, mora a
fantasia.
quarta-feira, 20 de maio de 2015
segunda-feira, 18 de maio de 2015
domingo, 17 de maio de 2015
sábado, 16 de maio de 2015
sexta-feira, 15 de maio de 2015
ADEREÇOS
Plumas, cores, apêndices vistosos. Aqui é o macho que
usa saiotes, empertigado como num espartilho. A fêmea, apagada perante tamanha
vaidade, faz a sua ponderada escolha, indiferente à bazófia do macho. O que
terá levado a nossa espécie a adoptar uma estratégia oposta, condicionando a
fêmea aos mais diversos adereços?
quarta-feira, 13 de maio de 2015
FELICIDADE - III
Na simplicidade da partilha, em pequenos grupos, a felicidade
multiplica-se em cada rosto, em cada passo. Numa vida em paralelo com a
natureza, em que pouco é tudo, brota um contentamento que nos desconcerta.
Chamam-lhe primitivos. Mas é curioso que, com toda a
evolução de que nos orgulhamos, a felicidade pareça variar na razão inversa da
tecnologia.
terça-feira, 12 de maio de 2015
SOMBRAS - II
Recordar-se-ia, para sempre, daquelas palavras: atiradas de fugida. Sobretudo, do quanto se apercebeu que para ele, já não
passava de uma sombra.
segunda-feira, 11 de maio de 2015
domingo, 10 de maio de 2015
EMIGRAR - II
Atarefamo-nos a empacotar bocadinhos de Portugal em caixas do IKEA. Em vez de raios de sol, gotas de mar, beijos e abraços, enviamos o
vinho, o azeite e o bacalhau. Mas no fim atamos as cordas com amor e saudade.
sábado, 9 de maio de 2015
Parque Biológico
Cantata a vários chilreios. Alguns parecem vozes:
palavras de bicho-homem. Nesta explosão de alegria e verde sentimo-nos quase
intrusos.
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