Brincou o tempo com o corpo. Espalhou sulcos, abriu
fendas, roubou à pele a côr, devolveu-lhe manchas. Aos poucos, como quem puxa
um tapete, subtraiu-lhe a autonomia: óculos aqui, dor acolá, insónias que se
demoram. Mas a alma: não. Essa, dom ou maldição, não envelhece.
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