domingo, 30 de novembro de 2014

LÁGRIMAS – III

Assoou o nariz. Tinha a alma constipada. Os olhos afogavam-se numa alergia inconsolável.

sábado, 29 de novembro de 2014

ÁRVORES – II

Imponente verde onde despertam algumas flores. Com ou sem frutos. Com os dias mudam de traje – cores garridas desafiam as intempéries. Por fim, inexoravelmente, entregam as vestes, mantendo a imponência na nudez assumida, as folhas abandonadas pelo chão.



























sexta-feira, 28 de novembro de 2014

CÉREBRO

Apesar da elevada capacidade de memória, devido à sua manifesta falta de organização, é um protótipo que carece de ser melhorado. Não há facilidade de acesso à informação armazenada, e o acesso é feito de forma indiscriminada -  ocorrendo a mistura de  ficheiros independentemente da vontade do utilizador. Além disso, não traz instruções para a desfragmentação do disco.

A mistura de ficheiros pode trazer algo de inovador, todavia não é reprodutível. Do ponto de vista científico mais parece uma experiência inacabada.

Com o tempo de utilização tem tendência a falhar e não há como fazer reset do sistema.

Como aspecto posistivo temos a sua capacidade criativa. Se associada a uma melhor organização, poderia resultar num equipamento francamente útil, recomendado para qualquer utilizador.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Bolas de sabão – II

Desafiam a tensão superficial até que explodem: frágil urgência. Nelas cabe o mundo.










terça-feira, 25 de novembro de 2014

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

OUTONO-IV

Traz o Outono às folhas a inconstância da cor, no desvanecimento da clorofila. Deixo-me seduzir por esta súbita pluralidade, pelo protagonismo dos ocultos pigmentos.















domingo, 23 de novembro de 2014

DOURO - II

A oblíqua luz do entardecer deixou desvairados verdes, amarelos e vermelhos salpicados na geometria.