domingo, 16 de novembro de 2014

DESPEDIDA - III

Temia, nos últimos anos, que de repente o telefone tocasse e a mãe dissesse que partiras. Achava que seria assim. Algo de brutal numa morte que me era mais próxima.

Mas quis (não sei quem quis) o tempo que temos que não fosse assim. Na verdade foi a mãe que recebeu o telefonema, mensageiro da eterna despedida.

Nada houve de súbito. Foste-te apagando lentamente, primeiro o corpo, depois a mente. E só o ofegar da respiração, e a frialdade das mãos, te afastavam do menino adormecido.

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