Temia, nos últimos anos, que de repente o telefone
tocasse e a mãe dissesse que partiras. Achava que seria assim. Algo de brutal
numa morte que me era mais próxima.
Mas quis (não sei quem quis) o tempo que temos que não
fosse assim. Na verdade foi a mãe que recebeu o telefonema, mensageiro da
eterna despedida.
Nada houve de súbito. Foste-te apagando lentamente,
primeiro o corpo, depois a mente. E só o ofegar da respiração, e a frialdade
das mãos, te afastavam do menino adormecido.
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