quinta-feira, 27 de abril de 2017

O silêncio do corpo - II

Saudosa de um corpo silencioso, adormecia a construir frases que começavam com “Quando era nova…” Já não suportava barulhos: roncos, tosse, estalidos dissonantes nos mais simples movimentos, e outros sons que nem é bom referir.
Desejava tanto esse silêncio que o universo, na sua eterna complacência, fez-lhe a vontade: acordou surda.



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