sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A velha


Sentada no banco. Sozinha. O dia ainda mal acordou. As mãos enrugadas, com as fissuras que o frio não perdoa, retiram algumas migalhas do não menos enrugado saco de plástico.

Tremulamente são lançadas no passeio. E o arrulhar, terno embalo, vai-a envolvendo. Esvoaçam, saltam frenéticas, estas amigas de asas. Procuram o pão que a velha cedeu, para ganhar o seu carinho.

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