Sou
uma pessoa mais lúcida quando acordo. Vá-se lá saber porquê, é naquele limbo
entre os sonhos nocturnos e o despertar, às vezes mesmo atravessando a insónia,
que os meus pensamentos se clarificam, que a vida se dispõe a uma análise
clínica, uma capacidade que se perde ao longo do dia.
Sou
assim. Não me peçam grandes discernimentos ao fim do dia. Nada. Não sou capaz
de analisar criteriosamente qualquer problema a resolver, com a distância e a
imparcialidade que ele exija. Deixo-me dominar por todas as emoções e vivências
do dia, qual borboleta tonta que invariavelmente bate contra a lâmpada acesa.
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