Se os sinais são claros, porque não confundi-los?
Antigamente, quando fazia uma chamada telefónica, havia
um toque pausado, que uma vez sem resposta, me levava a concluir que não estava
ninguém do outro lado. Ou se estava, não queria atender.
Quando por acaso, outro cliente me fazia concorrência na
linha, tendo previamente ocupado a mesma, o sinal sonoro era mais rápido, nervoso,
como que a dizer-me, desliga que chegaste tarde. Há outro na linha, ou seja, a
linha está ocupada. Tenta outra vez. E eu obedecia e desligava de imediato.
Agora, tanto faz que não esteja ninguém ou não queira
atender, ou que a linha esteja ocupada, que o sinal é o mesmo. Pausado,
indiferente. Para não se saber com o que se conta? Com a ausência de quem atenda
ou com a sua ocupação noutra conversa?
Ou seja, o telefone toca, toca, e eu, pessoa de boa-fé, a
ligar para um serviço público, vou ter de concluir que é porque a linha está
ocupada, e não porque alguém foi tomar café.
Sem comentários:
Enviar um comentário