Assaltam-me
as imagens das cenas que não vivi.
Eram
postos em comboios, com tudo o que tinham em breves malas, e com a promessa de
uma vida melhor.
Horas
e dias de um transporte desumano não eram suficientes para destruir a esperança.
Assim, quando os homens eram separados da família, à chegada, sentiam inveja do
suposto banho, do descanso e da refeição quente que as mulheres e os filhos
iriam ter.
Mais
tarde surgiam as interrogações. Aos colegas magros, vultos de si mesmos,
perguntavam quando iriam ver a família.
A tua
família? O que pensas que é este cheiro nauseabundo? A tua família já saiu no
fumo das chaminés! O mundo então ruía.
Chegaria
o tempo em que agradeceriam que assim tivesse sido. Em que desejariam a paz de
se converterem em cinzas.
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