domingo, 22 de junho de 2014

Em busca dos caracteres perdidos

Era uma vez um concurso literário. Era uma vez um concurso literário que tinha um regulamento. Era uma vez um concurso literário que tinha um regulamento que dizia que no mínimo era preciso escrever vinte mil caracteres com espaços. E a história poderia ter ficado por aqui.

A história da história que venceu é outra. É que os vinte mil caracteres não estavam lá. Uma bruxa (ou várias, lá de onde elas vêm) fê-los desaparecer. Ficaram em quase metade, mas pareciam na mesma vinte mil. Graças ao feitiço dessa bruxa, o júri do concurso conseguiu vê-los. Nuns supostos prólogos e/ou notas prévias, e num “habitual” critério editorial que o só o júri conhecia (o “word” também desconhece), mas que, efeitos do mesmo feitiço, se esqueceu de colocar no regulamento.

Mas, se o feitiço se desfizer, e o júri acordar, mercê de um beijo de um qualquer príncipe encantado, talvez os caracteres que faltam ainda apareçam. Esquecidos nalgum bolso.

Era uma vez um concurso literário que nunca o foi. 

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