quinta-feira, 18 de junho de 2015

Máquina de escrever

Estava parada há dias, ausente dos dedos dele. Tinham sido longas horas partilhadas, a música das letras em cada batida. Gastas: as letras. Seria por isso?
O passo dele, decidido, os óculos na ponta do nariz, mas não se aproximou. Parada continuou, na acumulação do pó. Ele, indiferente, pegou no computador, oferecendo a inspiração ao novo equipamento.
Seria, agora, mera peça decorativa. Algo para ele recordar, talvez nostálgico, quando fosse um grande escritor.




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