segunda-feira, 29 de junho de 2015

Sala de cinema

Estavam poucos mas faziam barulho como muitos. Ainda que fosse a publicidade ou o anúncio de outros filmes, impunha-se já um silêncio que ninguém respeita. Quanto mais não seja porque, confinados à cadeiras, somos bombardeados com a coscuvilhice do dia, por quatro senhoras que nos gritam as vidas das Manuelas que conhecem (sem ofensa às Manuelas).  À frente, outros falam ao telemóvel, indagando o motivo da doença da D. Lucília, que está sozinha em casa.

Apetece fugir. Mudo de lugar para que o borburinho se dilua. Mesmo quando o filme começa, não se interrompe totalmente este clima de fim de dia no Café. Não sei se tenho azar ou se é mesmo para desistir de ir ao cinema. E, apesar de algum exagero no cumprimento das regras, dou por mim a desejar que esta sala de cinema estivesse na Holanda. Por algum sistema virtual de vasos comunicantes, começo a impregnar-me da cultura desse país onde agora vives.

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