Se instituímos um dia das mentiras, é porque partimos do
pressuposto que somos verdadeiros nos restantes dias do ano. Assim, este seria
o dia em que tudo era permitido, em que enganar os outros não passava de um
divertimento.
No entanto, a existência deste dia dedicado ao logro, não
oferece qualquer garantia sobre a integridade dos outros dias. Com a agravante
de nesses outros dias, ninguém saber, de antemão, que pode estar a ser
enganado.
Tivéssemos ao menos instituído um dia das verdades. Era
pouco, dirão alguns, mas muito poderia acontecer se durante esse tempo fossemos
compelidos a dizer a verdade.
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