segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

LÁGRIMAS

Às vezes são rios de emoção que, qual inundação, fazem transbordar toda a nossa incerteza humana.
Outras vezes são palavras não pronunciadas, pequenas gotas de desilusão, que timidamente afloram quando não se sabe dizer mais nada.
Tecnicamente são também um meio de escape, já que o corpo depois liberta endorfinas e, qual droga antidepressiva, nos fazem sentir aliviados, mesmo se o que as originou ficar por resolver.
Para alguns são apenas uma forma covarde de chamar a atenção, quando não há argumentos. Daí que não gostem de lágrimas, como se todas as lágrimas fossem “lágrimas de crocodilo”.
Mas as lágrimas, como as pessoas, não são todas iguais. E não são necessariamente uma forma de atingir os outros, podem ser uma forma de nos encontrarmos.
Apanágio das mulheres, são também elas que melhor as entendem, que às vezes até as partilham. Em vez de as acharem lamecha tentam descobrir a solidão que as faz rolar. E sabem estar presentes sem exigir que sequem, sabendo que a fonte se esgotará e trará a paz.
Talvez quem nunca chore não possa entender isto. Mas chorar, tal como rir, pode ser de facto um bom remédio.

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