Às vezes são rios de
emoção que, qual inundação, fazem transbordar toda a nossa incerteza humana.
Outras vezes são
palavras não pronunciadas, pequenas gotas de desilusão, que timidamente afloram
quando não se sabe dizer mais nada.
Tecnicamente são também
um meio de escape, já que o corpo depois liberta endorfinas e, qual droga
antidepressiva, nos fazem sentir aliviados, mesmo se o que as originou ficar
por resolver.
Para alguns são apenas
uma forma covarde de chamar a atenção, quando não há argumentos. Daí que não
gostem de lágrimas, como se todas as lágrimas fossem “lágrimas de crocodilo”.
Mas as lágrimas, como as
pessoas, não são todas iguais. E não são necessariamente uma forma de atingir
os outros, podem ser uma forma de nos encontrarmos.
Apanágio das mulheres,
são também elas que melhor as entendem, que às vezes até as partilham. Em vez
de as acharem lamecha tentam descobrir a solidão que as faz rolar. E sabem
estar presentes sem exigir que sequem, sabendo que a fonte se esgotará e trará
a paz.
Talvez quem nunca chore
não possa entender isto. Mas chorar, tal como rir, pode ser de facto um bom
remédio.
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