Li recentemente uma notícia de que os computadores em breve serão capazes de interpretar as expressões faciais humanas.
As expressões faciais, potente veículo de comunicação dos nossos estados emocionais interiores, permite interacção mesmo antes da linguagem verbal. Que o digam os restantes mamíferos.
Foram consideradas como universais por Darwin, mais tarde por Ekman, no entanto estudos recentes questionam esta universalidade, mostrando que cada cultura possui as suas próprias expressões faciais para exprimir emoções básicas.
Somos seres gregários, mas vivemos cada vez mais uma socialidade virtual. Primeiro trocámos os encontros por telefonemas, depois mensagens, e recentemente entretemo-nos a contar a nossa vida nas ditas redes sociais, a pessoas que mal acabámos de conhecer. Convidamos o colega do lado, por e-mail, para vir tomar um café. E, para culminar em beleza, um destes dias vamos transformar o computador em nosso confidente.
Chegamos a casa, ligamo-lo, e ecrã escreve-nos, melhor ainda, sussurra-nos, com voz de GPS, “Estás com má cara, hoje! O que é que correu mal?”
Para a Paula Boaventura
ResponderEliminarO texto sobre as expressões faciais e todo o conceito por trás da tua análise está correcta e foi abordada de uma forma simpática como já fomos habituados.
Os computadores entraram na minha vida em 1985 e já não me livro, nem quero, deles.
Se no início foram uma valiosa ferramenta de substituição das máquinas de escrever, também começaram a ser usados como organizadores de fichas de todos os tipos com o D-Base.
Seguiram-se as folhas de cálculo, Quattro Pro e depois o Excel, até aos mais recentes programas da Microsoft que tudo abarcou, todos usam e a concorrência adaptou-se nuns casos ou melhorou noutros.
Foi uma evolução rápida, do DOS ao Windows 3.1, passando pelo W95 até aos recentes Vista e Macs a escolha é variada, as soluções diversas e, todas, um apoio a muitas actividades pessoais, profissionais e de uma forma mais geral temos os Estados a beneficiar desta ajuda fantástica na vida de todos.
Se por um lado aproveitamos as vantagens, por outro libertámo-nos com o alargamento nas tais redes sociais, por vezes de formas menos convenientes, sem os devidos cuidados, sem respeito pela privacidade de outros, mas a liberdade é tudo isso. Saber usá-la sem colidir com os interesses dos outros.
Neste momento, tenho dito muitas vezes, uma funcionalidade que desejava ter era um leitor de código de barras associado à entrada de casa, ao frigorífico e à dispensa.
Desta forma saberíamos sempre a quem emprestámos um livro, quando foi devolvido, que alimentos temos em casa, no frigorifico em particular, que lista de compras o computador geraria para que nada ficasse em falta no pior momento, onde comprar, qual a secção do hipermercado onde comprar e “facilidades” dessas para não sairmos de um ao sábado de manhã e ter que lá voltar domingo à tarde porque faltou o sabonete especial ou a farinha para a máquina de fazer pão.
Seria um artefacto simples, associado à conta paga a cada momento que ao fim de um ou dois anos nos daria uma ideia da subida dos preços, uma estatística de como certos produtos aumentam mais no Inverno ou no verão, ferramentas adicionais para dizer mal dos políticos e das políticas, da crise e outras sevícias a que estamos sujeitos cada vez mais.
Mas, principalmente, o conforto de saber que os cereais dos rapazes estão a acabar, que as batatas não vão chegar para a sopa e as refeições para a semana não são suficientes para os almoços que se levam, para os que comem em casa, para os jantares ou para acudir a um convidado inesperado.
Fica a ideia para quem a puder desenvolver técnica e comercialmente e lembrem-se de mim no momento de ganhar uns milhões. Beijinhos, Mário