terça-feira, 24 de abril de 2012

Pico do Arieiro


Uma ambiguidade de serra e mar. Estamos no cimo da montanha, mas abre-se-nos um tapete de nuvens, um branco etéreo, que evoca a espuma das ondas.



Com esta beleza que me invade, que sem pudor se apodera de todo o meu ser, arrebatando o meu pensamento, só posso sentir paz.

Sentada, sinto que toquei o céu, e que não sou mais do que algo imaterial que se dilui nesta paisagem.

E na música deste silêncio intemporal, só sinto vontade de não sair daqui.

1 comentário:

  1. A minha dúvida é constante, por isso não sou crente.
    É lamentável mas assim sinto-me bem depois de ter tido tantos revezes.
    A subida às montanhas são sempre um prazer quase divinal, de domínio, mesmo que seja só da vista que se nos oferece.
    Toda a loucura das cidades, dos movimentos constantes, do ruído e falta de bom senso lá desaparecem, quase ficamos com a sensação que aquilo lá em baixo não existe.
    Talvez por isso os conventos foram construídos, muitos, nas alturas possíveis e alguns em locais que agora parecem impossíveis.
    Estar mais perto das divindades? Não sei.
    Poder pensar em si mesmo, não pensar ou simplesmente estar, ver, ouvir o silêncio, sentir a grandeza deste mundo, a beleza e as riquezas mal distribuídas e desaproveitadas.
    Estar lá, no topo, é não estar em lado nenhum. É poder não existir sentindo bem o que somos, o que podemos, o que queremos e, fundamentalmente, o que podemos dar.

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