As recordações, ninguém mas pode tirar. Mas certamente que as vou distorcendo com os anos e o que guardo no coração poderá não ser o que realmente aconteceu.
Às vezes vêm mais doces, limadas pelas agruras dos anos que se lhes seguiram, e libertam um sorriso ou uma lágrima. Outras vezes ficam pesadas e quase me afundam no mar do desalento.
Mas pertencem-me e posso ir buscá-las quando quiser.
De qualquer forma, como têm o valor que eu lhes quiser dar, estou a pensar usá-las de forma mais benéfica. Usá-las para não perder a criança cá dentro, os sonhos, as gargalhadas espontâneas. As mais duras, tirar delas as lições necessárias, dar sentido ao sofrimento, e nada mais.
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