É no ventre que tudo começa. E que tudo termina.
Começa bem antes do nosso nascimento, já que ainda somos fetos quando nos é legado o potencial de gerar vida. Milhões de pequenas células que, num ciclo eternamente repetitivo, se candidatam a produzir um novo ser.
Na verdade não é eternamente, já que, como disse, é no ventre que tudo termina. Todos os meses estas células morrem, mesmo as cerca de quatrocentas que alguma vez estiverem perto de ser fecundadas. E quando o stock termina, não há como repor.
Silenciosamente o corpo começa a transformar-se. Sinais a princípio indeléveis, que a pouco e pouco se tornam mais urgentes. Às vezes bastante incómodos. É como se no ventre algo agonizasse e gritasse que não deseja desaparecer.
E esse ventre, que já foi amado, habitado, dilatado, e até rasgado, converte-se num vulcão adormecido.
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