Conheço
alguém que continuamente se perde. De carro (talvez o mais compreensível, e
para isso tem a ajuda do GPS), de bicicleta, a pé. Caminha muitas vezes em
sentido contrário, só se apercebendo alguns quilómetros depois, mesmo levando
um mapa.
A
mesma pessoa, numa cidade desconhecida, não padece do mesmo desatino, facto que
me intrigava. Resolvi, por isso questioná-lo.
Com o
seu meio sorriso, disse que, na sua cidade natal, onde tudo lhe é familiar,
qualquer coisa se passa na sua cabeça que o leva a pensar que sabe onde está.
Que reconhece. E assim se entrega ao seu passeio (devaneio?) predestinado ao
engano.
Numa
metrópole que nunca viu, munido do mapa, está atento ao traçado das ruas, às
placas, não incorre em fantasias. Usa, finalmente, o seu sentido de orientação.
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