Uma avó que ficasse cá em casa para sempre. Era o que eu pedia à minha mãe. A avó estava longe, mas era totalmente minha de vez em quando.
Fazíamos malha. Foi a avó que me ensinou, com agulhas sem barbela. Os erros, os chamados gatos (será porque os gatos gostam de perturbar esta actividade, emaranhando os novelos?) era ela que os desfazia.
Legou-me a rapidez do trabalho. Eu era o seu capataz. “Só fizeste isso?” Mas na verdade a avó já estava na outra manga. Fazia tudo o que lhe pedíssemos, vestiu-nos durante anos, lindas camisolas dignas das revistas.
Outro encanto eram as histórias. “Conta-me as histórias de quando o meu pai era pequenino…” O meu tio que rachou a cabeça no pote, o meu pai que começou a sua actividade de escultor com o conteúdo da fralda. E mais para trás, o linguado da cerimónia, na mesa das tias-avós, então moças casadoiras, que de tanto ser recusado acabou no chão da sala.
Fosse nas histórias, ou na malha, toda a avó era ternura e paciência. Fica-me a imensa saudade.
Também eu recordo com muita saudade a avó Amélia ,que me tratou sempre como sua filha|
ResponderEliminarQue saudade, principalmente da minha avó materna.A sua simplicidade...bondade...cantava tão bem...
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