Em casa da tia havia ginjinha. A tia não a bebia, mas fazia para os outros. Como muitas outras coisas que ela fazia para os outros.
Nós, as crianças, também não a bebíamos, claro, mas “roubávamos” as ginjas, com umas longas colheres de plástico, próprias para o efeito.
Era quase mágico, a cor da bebida, as ginjas doces e alcoólicas, as garrafas de vidro sempre tão bonitas, o prazer do fruto e daquele furto consentido.
E de todos os momentos preciosos que a tia nos proporcionou, a saudade desencantou o sabor das ginjas.
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