Há alguns dias atrás, num hotel muito conceituado, fui à casa de banho. Deparei-me com uma sala, ou vestíbulo (o que lhe quiserem chamar), de grandes dimensões, com espelhos enormes, vasos de flores, balcões compridos. Algo de déjà vu de filme americano.
O insólito ocorreu quando entrei no local a que me destinava, o que continha a sanita. Só havia, naquele espaço imenso, dois destes lugares (o fim último pelo qual, inocentemente pensava eu, a casa de banho havia sido construída). Eram dois cubículos. De tal forma que quando fechei a porta, esta passou a cerca de 2 cm da sanita, por pouco não me estropiando as pernas.
Fiquei a perceber que, pelos vistos naquele hotel, a ida à casa de banho deve ser mais uma coisa tipo social, conversa daqui, conversa dali, arranja a pintura, olha as rugas, a maquilhagem da vizinha, quem sabe até dê para beber uns copos. As necessidades fisiológicas, essas, façam-nas em casa. Não estavam à espera de conforto para uma actividade tão pouco conveniente, pois não?
Este episódio, lembrou-me outra história de casas de banho em locais finos, que ocorreu com um dos meus filhos, quando tinha uns 5 ou 6 anos. Numa marisqueira, em que por força das circunstâncias se apercebeu, pela primeira vez, que as lagostas eram um manjar muito caro, precisou de ir à casa de banho. Quando chegou o momento de usar o papel higiénico, não havia. Então ele comentou, muito indignado: “Então este restaurante tem lagostas e não tem papel higiénico?”
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