sábado, 9 de junho de 2012

A menopausa


Mas por que motivo a ovulação não para simplesmente, sem grande alarido, como o comboio que chegou ao fim da viagem? Um apito final, vá lá, anunciando que aquele veículo já não sai mais da estação.

Não senhor, há que fazer altas despedidas, baralhar a casa toda, como se a diminuição das hormonas fosse algo a comemorar. É todo um festival - cabelos que caem, pelos que aparecem onde não devem, dores várias, calor quando está frio, uma tristeza repentina que não se sabe de onde vem. Enfim, um sem número de sintomas. Aliás qualquer um se encaixa, tal é rol dos descritos para a menopausa.

No homem, o declínio da fertilidade é suave, e não tem necessariamente um ponto final. Biologicamente faz sentido, pois não é o homem que tem de carregar e nutrir uma nova vida, por isso pode continuar a espalhar uns quantos espermatozoides, aqui e ali, que eventualmente ainda podem vir a ser albergados por um ventre jovem e fértil.

Entende-se, então, o fim da fertilidade feminina como uma atitude razoável. Mas, convenhamos, que podia ter sido concebido de uma forma mais simpática. Acabou. Ponto. Nada de agonias lentas.


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