sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

La Fontaine

La Fontaine tinha umas boas fábulas, é verdade, lembro-me de ouvir várias vezes a da cigarra e da formiga, muito adequada para nos incentivar a trabalhar e a cumprir, e assim termos a comida, ou as poupanças, para o Inverno.

Infelizmente não se aplicam ao nosso país, o tal que está à beira-mar plantado e que é de brandos costumes. E o exemplo vem logo do estado.

O La Fontaine não era português, muito menos um português que esteja em posição de dominar o outro. Assim, o La Fontaine acreditava que trabalhar, produzir, ser honesto, etc. compensava. Quem melhor para exemplificar tudo isto que a formiguinha, direitinha no carreiro, sempre, sempre, a correr, diligente. É verdade que há a rainha, sostra, gorda até dizer chega, que não faz nenhum. Mas que diabo, também produz toda a prole, a futura massa trabalhadora, e sem ter se mexer do sítio. Bem vistas as coisas, como organização, não parece mal de todo, e todas têm o que comer, segurança (social?), e por conseguinte devem ser felizes.

A cigarra não faz nenhum (obviamente que depende do ponto de vista, já que o próprio La Fontaine deixou em aberto que a sua cantoria alegrava as formiguinhas e, convenhamos, que não há nada mais bonito do que a alegria no trabalho). Não tem portanto, uma profissão de jeito, a abnegação da formiga, não poupa, e quando chega o Inverno está à rasca. Aí bate à porta da formiga e leva com os pés.

Mas no país à beira mar (mal?) plantado não é assim. São as formigas que levam no pêlo (ou na quitina) e as cigarras cantam, cantam, e conseguem os melhores lugares. 

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