sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Sentado no metro

Sentado no metro, muito hirto, os vincos impecáveis nas calças, a gravata a condizer com a camisa, a pasta de couro, com os olhos azuis a olhar em frente.
Reparei nele pelo penteado. Parco de cabelo, mais propriamente quase careca, fez na cabeleira rala um risco lateral, muito mais abaixo do que é habitual, para que os poucos, mas compridos cabelos, pudessem cobrir a não assumida careca. E os cabelos portavam-se à altura do que lhes era pedido. Poucos, mas unidos, quase colados uns aos outros, faziam um tapete, ou um capachinho natural. Só não era um capachinho porque, tal como gato escondido com o rabo de fora, permitiam ver (até me atrevo a dizer realçar) o luzidio couro cabeludo.
Foi essa divergência que me fez olhar para ele e pensar como ficaria bem melhor se rapasse o cabelo todo.

1 comentário:

  1. a observação do que nos rodeia é um exercício muito útil para conhecer e entender este mundo em geral e as pessoas em particular.

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